"Isso é culpa do capitalismo sujo!"
O alvo de minhas maiores críticas é, de fato, o capitalismo e seu consumismo agregado; negar que consumo, é mentira, impossível é viver sem consumir. Só para ter uma idéia de como este ato é presente, eu falei: consumo, cosumismo e consumir na mesma frase e bem próximo.
Cada ser tem sua dose de consumo, uns bebem em dose dupla, outros não ingerem nem uma dose até o fim; talvez por falta do retangulo de papel ou até mesmo, na melhor das hipoteses, por consciencia. Em dias em que o sol amanhece evaporando águas e as horas passam subindo e descendo ações; o que não faltou falar/ouvir foi do tal consumo consciente.
"Será que o capitalismo vai cair?"
Claro que não, chegamos ao patamar mais elevado, descer tudo para alguns é andar pra trás, perder tempo ou até mesmo burrice. Pra mim é exagero. De fato, não é necessário descer todos os degraus, voltarmos a estaca zero, botarmos fogo em shoppings, tomarmos banho de canequinha ou vivermos à luz de velas. Pelo menos não ainda. Tudo bem, não vamos descer degraus, que tal construir um deck?
Hoje, utilizamos de 25% mais recursos naturais do que a capacidade de renovação da Terra, se os padrões continuarem no mesmo patamar, em menos de meio século serão necessários dois planetas como o que vivemos para suprir todas as nossas necessidades de energia, alimento e água; e creio que só exista um desse.
O capitalismo está na água em que bebemos, na roupa em que vestimos... em nossas vidas, da hora que acordamos à hora que vamos dormir. Quer ser radical? Largar o Capitalismo? Ótimo, ande nu, coma com as mãos e vá a pé para todos os lugares, eu disse todos. Se é pra ser radical, que sejamos radicais. Mas infelizmente, ou felizmente, não dá para adotar tal postura na sociedade que nos encontramos. Quer sair do capitalismo sujo? Entre no deck, o ecocapitalismo.
Consumo consciente se tornou nossa melhor, e única, alternativa para não sermos empurrados até o último degrau novamente.
Não vá pensar que para consumir consciente só basta apagar a luz quando deixar o local, fechar a torneira quando não está em uso ou andar de transporte público. Vai muito além, 'a consciência tem um preço, o qual nem todo mundo concorda em pagar, já que aparenta ser mais elevado do que se gostaria. Hoje muitas questões, sobretudo as ecológicas e ambientais, perpassam pelo seu despertar, nem sempre aceito com tanta prontidão quanto necessário. Criar uma nova cultura que abra espaço para a qualidade e uma vida sustentável ainda parece utópico e distante', mas só parece porque queremos.
Os produtos ecologicamente corretos ainda se encontram caros, uma pena. As vezes os que são baratos demais, vem carregados de baixo custo a exploração da mão-de-obra e geração de problemas sociais ou, até mesmo, o trabalho infantil.
Não vamos mobilizar o prédio, nem o quarteirão, muito menos o bairro ou a cidade. Cada um que se mobilize, não de uma forma egoísta, se quiser pode mobilizar até o mundo; mas acho mais fácil cada um tentar se mobilizar primeiro. Reaver sobre os valores do próprio consumo, em todos os aspectos, e se tornar um consumidor consciente.
Construa seu deck de madeira manejada.
Já que não dá pra destruir o capitalismo, que ele sofra mudanças e se torne, finalmente, ecocapitalismo.