sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

All my loving.

Feche os olhos, gosto de te ver sem saber o que acontece ao seu redor. Seu rosto esboça ingenuidade, seus olhos ficam levemente puxados e sua boca apresenta um sorriso convidativo. Beijo-te e faço a ingenuidade sumir da face. Tu bem sabes o que ocorre ao seu redor: o calor, os braços, as mãos, a respiração, o suspiro. Tu bem sabes o que ocorre ao nosso redor.

Amanhã vou sentir sua falta. Partir não parece uma boa idéia diante das circunstâncias, o céu está nublado e o vento parece apenas caminhar, gostaria de o ver correndo. Os dias amanhecerão ao som de lembranças. Lembre-se que sempre serei verdadeiro, mesmo mentiras proverão da mais pura sinceridade que se encontra em mim.

E quando eu estiver longe, não se preocupe, meus pensamentos não serão capazes de deixar de seguir sua linha, ao menos tangenciarem. Vou te escrever todo dia; manhãs, tardes e noites. Enviar-lhe palavras é, de fato, o mínimo que posso fazer. Palavras essas que irão mandar todo meu amor pra você.

Nas noites de lua cheia e céu estrelado vou fingir que estou beijando os lábios dos quais sinto falta. Nas noites em que o céu não passar de um embaço cinza e negro vou fingir que estou beijando os lábios dos quais sinto falta. E torcer pra meus sonhos virarem realidade, nada além de torcer.


All my loving I will send to you.

Selo

Segundo selo.
Agradeço ao blog Casa do Besouro(ww.casadobesouro.blogspot.com) pela indicação, fico feliz.
O selo vem acompanhado com uma série de regras.:
1- Exiba a imagem do selo “Olha Que Blog Maneiro” Que você acabou de ganhar!!!
2- Poste o link do blog que te indicou.(muito importante!!!)
3- Indique 10 blogs de sua preferência;
4- Avise seus indicados;
5- Publique as regras;
6- Confira se os blogs indicados repassaram o selo e as regras
7- Envie sua foto ou de um(a) amigo(a) para olhaquemaneiro@gmail.com juntamente com os 10 links dos blogs indicados para verificação. Caso os blogs tenham repassado o selo e as regras corretamente, dentro de alguns dias você receberá 1 caricatura em P&B !
10 blogs para indicação:
Dez é uma quantidade tão grande.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Geração Beat

Dia desses citaram a Geração Beat.



Os créditos sempre vão para os hippies, pois começaram a se portar de maneira diferente do senso comum, são eles os reconhecidos pela massa; mas a notoriedade precisa ser dada a quem de direito: Beat Generation.

Assim que a Segunda Guerra Mundial se deu por fim, o Estados tão Unidos da América se lotou de ufanismo; em meio ao caos da hipocrisia, jovens desencantaram-se com a realidade então apresentada e, literalmente, saíram pelo mundo em busca de novas e diferentes. Anos 50, do 'macaco de Marte' ao folk, que agora está em alta novamente. Anos 50, quando o New York Times publicou uma matéria sobre um estudo revelando que a televisão está mudando a maneira como a sociedade norte-americana encara o lazer, a política, a leitura e se expressa culturalmente. Anos 5o, quando surgiu a tal geração beat.

Neoboêmios hedonistas; Jack Kerouac, Allen Ginsberg, William S. Burroughs e outros, começaram a escrever suas histórias no final dos anos 50 e começo dos anos 60. Os ouvidos eram habitados pelo jazz e as idéias eram de não-conformidade e criatividade espontanea. Definir o termo 'beat' no contexto é, de fato, algo complicado; cada autor resolveu usá-lo de maneira pessoal.

Não estou querendo tirar a glória dos hippies, mas me atrevo em afirmar que sem os autores da beat generation o movimento não teria a mesma percussão. On the road, que fiz questão de comprar ontem, transmite de forma plena todo o pensamento do movimento. Poucos comentam de Kerouac e de Ginsberg, depois de ler a história de ambos, me senti obrigada de forma moral em dar reconhecimento aos dois e a tantos outros.

"A chave de tudo foi o tédio" - Hal Chase

Hippies inovadores? Apenas seguidores.

Selo

Pela primeira vez recebi um selo.

Gostaria de agradecer a Nati Valarini do blog Garota Pendurada (http://www.garotapendurada.blogspot.com/) pela indicação.

Como quase tudo, existem as regras:

-Listar as próprias regras;
-Listar suas cinco obsessões, apegos ou manias.

E como manda o figurino, devo segui-las.

Lista de cinco obsessões, apegos ou manias:
- Quando vejo algo que, do meu referencial, parece errado tendo à reclamar e parecer moralista;
- Coleciono a revista 'FLUIR' desde 2005;
- Escuto pelo menos uma vez ao dia a música 'Please Mr. Postman' dos Beatles;
- Sou louca por coisas antigas principalmente dos anos 60, 70 e 80;
- Converso em inglês com o espelho sobre assuntos que vão de corte de cabelos à crise mundial.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Sobre 4 rodas.

Era hora de pôr em prática todos os planos antes planejados. O sol estava brilhando entre as nuvens e o vento servia como mais um impulso. As malas estavam prontas fazia um tempo. Não dormi pensando que aquele seria o dia, mas assim que abri os olhos percebi que havia chegado o momento. Peguei as malas, a chave do carro e saí, deixando apenas um bilhete que dizia: “Não se preocupe!”, mesmo sabendo que seria impossível pedir pela ausência da preocupação.

Já tinha 20 anos, no quarto período da faculdade de ciências sociais, que tranquei. Do lado de fora da minha bolha, parecia o mundo perfeito, mas, do lado de dentro, eu sentia que estava faltando algo. As manhãs amanheciam do mesmo jeito, as tarde se prolongavam e a única coisa que saía da rotina eram as noites, embora fato de sair da rotina sempre se tornou rotineiro.

Liguei o fusca que havia ganhado uma semana antes. Era exatamente como pedira: bicolor, modelo de 1968, do ano que não terminou, da Primavera de Praga, na antiga Tchecoslováquia, à decretação do AI-5, no fervor do Brasil. Aquele carro carregava consigo um ar de várias histórias percorridas e eu estava querendo fazer mais uma, duas, três, quatro, quantas fossem possíveis.

Ouvia muitas pessoas dizendo entre goles de café e destilados sobre percorrer o mundo, mas colocavam a culpa na falta de capital; percorrer a Europa, não tinha justificativa para lá, não economizavam elogios para o metrô, para a estrutura e tudo que todos sabem que o continente possui; e por fim, percorrer a América Latina, mas a falta de tempo atrapalhava. Chega um momento que cansamos de ouvir ou concordar, e decidimos fazer.

Comprei um caderno uns quatro meses atrás, que agora estava cheio. Na capa, 'Sobre 4 rodas' , no interior, lugares e mais lugares preenchiam as páginas. Parecia um caderno de uma criança de dez anos, com colagens e anotações. O que o diferenciava de um caderno infantil é que tudo iria vir a acontecer e sairia daquelas páginas bagunçadas.

Partindo do Rio de Janeiro já estava decidido seguir para o sul pela costa verde. Não sei bem o motivo de começar por baixo, acho que é mania. Coloquei umas músicas novas no mp3, para, talvez, combinar com minha nova fase e emudecer o silêncio da viagem. Preferiria não estar indo sozinha rodar o Brasil.

Passei um bom tempo convidando amigos para me acompanharem pelo Brasil, mas todos só sabiam achar obstáculos. Ao invés de colocarem a culpa em suas próprias inseguranças, os culpados eram: a faculdade, família, o estágio, dinheiro, namorado; já estava cansada de ouvir os argumentos fracos e comuns. Demorei pra me dar conta que se ficasse esperando alguém no banco ao lado não iria tão cedo. Mas por fim, me dei conta e comecei a por em prática a página um do caderno naquele dia em que o sol brilhava entre as nuvens e o vento servia como impulso.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Ecocapitalismo.

"Isso é culpa do capitalismo sujo!"

O alvo de minhas maiores críticas é, de fato, o capitalismo e seu consumismo agregado; negar que consumo, é mentira, impossível é viver sem consumir. Só para ter uma idéia de como este ato é presente, eu falei: consumo, cosumismo e consumir na mesma frase e bem próximo.

Cada ser tem sua dose de consumo, uns bebem em dose dupla, outros não ingerem nem uma dose até o fim; talvez por falta do retangulo de papel ou até mesmo, na melhor das hipoteses, por consciencia. Em dias em que o sol amanhece evaporando águas e as horas passam subindo e descendo ações; o que não faltou falar/ouvir foi do tal consumo consciente.

"Será que o capitalismo vai cair?"

Claro que não, chegamos ao patamar mais elevado, descer tudo para alguns é andar pra trás, perder tempo ou até mesmo burrice. Pra mim é exagero. De fato, não é necessário descer todos os degraus, voltarmos a estaca zero, botarmos fogo em shoppings, tomarmos banho de canequinha ou vivermos à luz de velas. Pelo menos não ainda. Tudo bem, não vamos descer degraus, que tal construir um deck?

Hoje, utilizamos de 25% mais recursos naturais do que a capacidade de renovação da Terra, se os padrões continuarem no mesmo patamar, em menos de meio século serão necessários dois planetas como o que vivemos para suprir todas as nossas necessidades de energia, alimento e água; e creio que só exista um desse.

O capitalismo está na água em que bebemos, na roupa em que vestimos... em nossas vidas, da hora que acordamos à hora que vamos dormir. Quer ser radical? Largar o Capitalismo? Ótimo, ande nu, coma com as mãos e vá a pé para todos os lugares, eu disse todos. Se é pra ser radical, que sejamos radicais. Mas infelizmente, ou felizmente, não dá para adotar tal postura na sociedade que nos encontramos. Quer sair do capitalismo sujo? Entre no deck, o ecocapitalismo.

Consumo consciente se tornou nossa melhor, e única, alternativa para não sermos empurrados até o último degrau novamente.

Não vá pensar que para consumir consciente só basta apagar a luz quando deixar o local, fechar a torneira quando não está em uso ou andar de transporte público. Vai muito além, 'a consciência tem um preço, o qual nem todo mundo concorda em pagar, já que aparenta ser mais elevado do que se gostaria. Hoje muitas questões, sobretudo as ecológicas e ambientais, perpassam pelo seu despertar, nem sempre aceito com tanta prontidão quanto necessário. Criar uma nova cultura que abra espaço para a qualidade e uma vida sustentável ainda parece utópico e distante', mas só parece porque queremos.

Os produtos ecologicamente corretos ainda se encontram caros, uma pena. As vezes os que são baratos demais, vem carregados de baixo custo a exploração da mão-de-obra e geração de problemas sociais ou, até mesmo, o trabalho infantil.

Não vamos mobilizar o prédio, nem o quarteirão, muito menos o bairro ou a cidade. Cada um que se mobilize, não de uma forma egoísta, se quiser pode mobilizar até o mundo; mas acho mais fácil cada um tentar se mobilizar primeiro. Reaver sobre os valores do próprio consumo, em todos os aspectos, e se tornar um consumidor consciente.

Construa seu deck de madeira manejada.

Já que não dá pra destruir o capitalismo, que ele sofra mudanças e se torne, finalmente, ecocapitalismo.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

O sorriso de Maria.

Último dia de sessenta e sete anos. Os anos passados resolveram correr como filme na minha mente, normal, sempre disseram que isso aconteceria. Estranho foi não lembrar da minha infância, a primeira imagem que veio na cabeça, foi da praça, nos anos 50, quando conheci Maria, menina de vestido rosado, e uma fita branca no cabelo cacheado.

Estava sem muito dinheiro, o suficiente para lhe pagar uma pipoca, foi o melhor que me veio à cabeça, então me encaminhei em direção àquela linda jovem, e ofereci os milhos já estourados e brancos; ela me respondeu com um sorriso e pegou delicadamente o pacote que se encontrava em minhas mãos.

Senti como se estivesse vivendo tudo novamente, a sensação de frio na barriga, as mãos suadas, como se eu não fizesse idéia que aquela jovem seria minha futura companheira até o último dia, quem sabe além dele.

O sol brilhava como uma típica manhã de verão, apesar do sol, corria uma brisa bem gostosa. A jovem se levantou, estendeu a mão e disse: “–Maria...” Não respondi nada, aquele nome se repetia na minha mente como um disco arranhado, ela sorriu e saiu lentamente com o desconfortável silêncio que provoquei, então percebi que ela esperava que dissesse meu nome também, tarde demais, Maria já havia sumido no meio de tanto brilho naquela praça que me viu crescer.

Não consegui esquecer aquele rosto delicado durante todo dia; de noite, como de costume, fui encontrar uns amigos na mesma praça que conheci Maria pela manhã. Olhei para o pipoqueiro, para o banco, para as árvores, procurei em cada rosto feminino os traços de Maria, não encontrei. Até que João, meu amigo desde os tempos do pião no chão batido do quintal de casa, me cutuca com força e me chama atenção para uma menina em particular, Maria.

Fui me aproximando devagar, parei, e olhando nos olhos dela disse: “-Antonio...” E mais uma vez, aquela jovem sorriu, me pegou pela mão e me levou para o banco, conversamos o resto da noite.

Dia após dia encontrava Maria na praça, até que me senti pronto para fazer o pedido, já tinha trabalho, e certo dinheiro guardado para construir uma família. Tremia dos dedos dos pés até a ponta do fio mais alto de cabelo que tinha na cabeça. Maria sorriu, adorava ver aquele sorriso, e fez que sim com os olhos se afogando em lágrimas.

Anos se passaram, dividíamos a casa azul, de frente a histórica praça, com duas lindas crianças, que hoje em dia não são mais crianças, Bernardo, o mais velho, e Julia. Esposa de Bernardo está grávida, e Júlia acabara de marcar o casamento.

O sorriso de Maria, que permanecia o mesmo durante todos esses anos, habitava todas as memórias que tinha. Abri os olhos, olhei para o lado, com certa dificuldade, já estava fraco devido à doença que me atingira na boa idade, câncer de pulmão, conseqüência dos charutos que eram tomados como luxo, Maria estava ao meu lado... Sorriu, foi última coisa que pude ver, tudo escureceu.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

O Centro tem dessas coisas

O Centro do Rio de Janeiro é fascinante, cada esquina guarda consigo histórias. Sou meio viciada nessas coisas, enquanto ando pelas ruas fico pensando em quais e quantas pessoas passaram por ali, se elas marcaram nome de forma reconhecedora para muitos ou se apenas eram muito importantes para poucos. Imagino os diferentes pensamentos que pairam no ar, tento saber o que as pessoas escutam através de fones e para onde pretendem ir só de olhar para seus rostos e jeito de andar. Para uns pode parecer loucura, para outros é; mas, para mim, é uma maneira de passar o tempo de forma menos comum.

Pegar a barca de onze horas não é uma boa opção, mas foi o que me restou. Estava certa de onde almoçaria, havia recebido uma mensagem semanas antes sobre um certo restaurante que era inspirado nos anos 60 e 70. Zacks, R. México, 31. Um pouco diferente do que eu imaginei que seria, mas não chegou a ser decepcionante. Havia imaginado uns vinis pendurados, umas guitarras em santuários e uma roupa do Elvis toda brilhosa dentro de uma vitrine iluminada. Na verdade, o local tinha apenas as paredes cobertas por fotos antigas, como do Elvis, dos Beatles, do Fusca e de outras celebridades e manias da época. Clean e aconchegante.

Eu recomendo. O chão em duas cores, preto e branco. A comida? Ótima também. Na tela da televisão passava 'Cinderela' ao som de Elvis ao fundo. Acho que naquele momento minha vontade de voltar quase 4 décadas atrás aumentou de forma acelerada. Um pena que máquinas do tempo só existam em filmes e desenhos. Estaria no Woodstock, na passeata dos cem mil, nos shows do Barão Vermelho na época do Cazuza, dirigiria meu Fusca me sentindo com o carro do ano, entre outras coisas.

Centro do Rio me provoca uma nostalgia que deveria ser inexistente por falta de vivências.

Saindo do restaurante, avistei umas barracas vendendo vinis. Agora que já tenho uma vitrola, comprar vinis não é algo tão anormal como era antes. Minha coleção adquiriu mais dois discos: Help, The Beatles e Beatlemania.

Se alguém conseguir tirar a máquina do tempo dos filmes e desenhos, avise-me.

Fica a dica - Restaurante: http://www.zacks.com.br/lojas.html

sábado, 3 de janeiro de 2009

2009

Dois mil e oito não terminou de maneira nostálgica, contra minha vontade, um pouco de nostalgia combina com fogos de artifício e espumante. O dia estava ensolarado e o rio estava cheio em consequência da chuva do dia anterior. Ano novo é meio cheio de sorrisos, doces, goles, retrospectivas, abraços, dedos apontados pro céu, explosões que são bem recebidas, promessas e dúvidas sobre o que está por vir nos próximos 365 dias.

A dúvida é a melhor parte do ano novo, ou não.