Quando disse que o futuro existe porque o passado não é bom o suficiente para se manter; estava buscando um sentido, qualquer um dos cinco. Aquele outubro não foi um mês, e o dia não teve tarde. Estava quente e, se paro por dois pingos dágua, sinto o que senti enquanto vesti azul e você cinza. Agora parece flor de uma noite bem dormida; em consequência de um sonho bom, que provoca na boca um rasgar confortável.
Eu estava submersa quando acordei e ainda sinto os braços líquidos e macios, alguém disse meu nome pedindo que eu pousasse no vazio do mundo, pousei. Quis chorar, quero. Dois tempos e duas razões, já não sei qual prefiro; tão diferentes em degradè. Cada quilômetro percorrido por lágrimas ralas me custou três colheres de yogurt e cada botão que desfiz foi de graça. É pleonasmo agradecer, é eufemismo só agradecer.
Calado, como quem ouve uma sinfonia, eu acredito.