quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Carta de um descrente.

Engoli a pouca saliva que guardava na boca e, por alguns segundos, a deixei completamente seca. Fiz isso para dizer que já não quero conquistar hoje o alguém que ontem conservei, meu pulsar pede o versa e o vice, talvez o vice-versa. Não lhe culpo, nem você sabe o que está acontecendo e o que aconteceu. Eu acredito.

Quando disse que o futuro existe porque o passado não é bom o suficiente para se manter; estava buscando um sentido, qualquer um dos cinco. Aquele outubro não foi um mês, e o dia não teve tarde. Estava quente e, se paro por dois pingos dágua, sinto o que senti enquanto vesti azul e você cinza. Agora parece flor de uma noite bem dormida; em consequência de um sonho bom, que provoca na boca um rasgar confortável.

Eu estava submersa quando acordei e ainda sinto os braços líquidos e macios, alguém disse meu nome pedindo que eu pousasse no vazio do mundo, pousei. Quis chorar, quero. Dois tempos e duas razões, já não sei qual prefiro; tão diferentes em degradè. Cada quilômetro percorrido por lágrimas ralas me custou três colheres de yogurt e cada botão que desfiz foi de graça. É pleonasmo agradecer, é eufemismo só agradecer.

Calado, como quem ouve uma sinfonia, eu acredito.


4 comentários:

édna timm disse...

Adoro teu blog...
é agradável de se ler e sempre que dá eu passo por aqui pra dar uma conferida...
adorei o post...

bj...

Diih disse...

ola visite


http://manual-da-vida.blogspot.com/

GikaVereza disse...

Olá!
Passei por aqui pra dizer que adorei teu blog, principalmente esse ultimo texto...parece uma pintura, em que cada textura, cada pincelada sao as palavras. Muito harmonioso.
Também tenho um blog, é http://gikavereza.blogspot.com/
se puder dá uma olhada ;)

Anônimo disse...

Bom...