sábado, 13 de dezembro de 2008

Corredor, fale!

Parei para observar a foto do blog e não só olhar. O livro, 'O caçador de pipas', eu acabei de ler. O celular acabou ficando enrolado na fronha e indo para a máquina de lavar, me forçando a trocá-lo. A calça jeans está rasgando. A blusa, o uniforme, só colocarei agora para passar o Riocard. Como as coisas são passageiras e memoráveis.

Se as paredes desse corredor falassem levariam horas, dias, semanas, meses, anos para contar cada passo, cada riso, cada lágrima, cada abraço, cada conversa, cada momento que presenciaram. Se as paredes desse corredor falassem iriam me fazer lembrar de 900 dias da minha vida com facilidade.

Os dias de chuva, os rostos apreensivos admiravam a rua sumindo e se confundindo com o rio Maracanã. As bocas dos rostos apreensivos soltavam frases de surpresa e risos de admiração. A lixeira que parecia firme estava flutuando como um barco de pesca. As árvores dançavam ao som do vento. Se as paredes desse corredor falassem iriam me fazer lembrar do meu rosto apreensivo nos dias de chuva.

Os passos apressados e os lentos, os que sumiam rapidamente e os que se arrastavam pelo chão sem pressa. Os acompanhantes, do primeiro ao décimo, do décimo ao primeiro. As mãos que tocaram firmes, que deslizaram. Os corpos que se encontravam encurralados sem reclamar. Das confusões, das certezas. Se as paredes desse corredor falassem iriam me fazer lembrar do meus passos, dos meus acompanhantes, das minhas mãos e do meu corpo as tocando.

As conversas descontraídas que vairavam as tardes e o silêncio que se extendia falando. As confissões que foram guardadas e as fofocas que não foram abafadas. O descontentamento contente e o contentamento descontente. As amizades que ali foram feitas, que ali foram desfeitas. Os esbarrões alegres, os sem graça, os inoportunos, os corriqueiros, os usuais e os extraordinários. Se as paredes desse corredor falassem iriam me fazer lembrar das pessoas com que ali tive, as que já se foram e as que permanecem.

A lágrima de solidão e de emoção.

Todos os momentos dos 900 dias seriam contados detalhadamente. Eu os lembraria, os ouviria, os repassaria e sentiria falta.

Se as paredes daquele corredor falassem eu as pediria silêncio.

7 comentários:

Camila Paula disse...

até árvores e bancos guardam lembranças nossas =~
texto bonito, profundo e tocante, já que vc sabe que eu me identifico com a situação :)
é nóis que tá no jornalismo no futuro!
(L)

Camila Paula disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Kas. disse...

Uma vez falaram uma frase que é muito boa... "colégio é um bicho estranho, sempre quis que ele acabasse, agora que acabou quero que volte ao inicio!"
Essa sensação é foda, muita gente vai se separar, muita gente você nunca mais vai ver, mas os teus amigos mesmos vão ta sempre com você. E a faculdade, pelo menos pra mim, foi muito melhor que o colégio. Um ambiente novo, um ar totalmente diferente. Pessoas novas, e as velhas continuam...
Mas é assim que as coisas são, tudo tem um fim. Mas o melhor do fim é lembrar de tudo e ver como foi bom o que a gente viveu.

Agora sobre o texto, ficou foda, até uma pitada de Renato Russo ou Camões (descontentamento contente e tal), foda mesmo!!

E por último, não entendi seu comentario no meu blog =P

um dia ainda me formarei em jornalismo e tenho dito HAUISHAU

Anônimo disse...

ai se esses corredores falassem msmo...
iam contar muitas histórias q me fazem rir cada vez q lembro, ou vontade de chorar de saudade.
É, vai ter q ficar só na lembrança msmo...
ou num texto de blog, albuns de orkut, agenda incompleta, bilhetinhos guardados e paredes marcadas.
Foi mto bom.

Anônimo disse...

Sabe que não consigo mais entrar na net sem passar aqui?
Para facilitar ja coloquei esse seu blog como pag. principal do explorer, assim ja vou direto....hauhauahuah
( Estou viciado nesse blog....Fazer o que neh? ) SHOW...

marina, disse...

Muito bom ,adoreei seus textos.
beijos :*

Marina disse...

aii, saudade!
o cefet é inesquecível ... a cada dia uma coisa diferente, nada nunca era igual, pelo menos pra mim.
muitas lembranças ... sentirei muita falta, já estou sentindo falta =/
ah, se essas paredes falassem :)