segunda-feira, 23 de junho de 2008

Decisão Capitalista.

Eu sei, a vida é feita de escolhas, fazemos escolhas o tempo todo, mas acho que as mais difíceis são as que vão mudar todo um futuro. Como dizer sim a uma proposta de casamento ou escolher a carreira profissional, e esta é exatamente a que estou tendo que escolher. O que fazer na faculdade?
Quando se é criança é tudo mais simples, nem o nome ‘faculdade’ é mencionado, apenas decidimos ser quando crescermos, e sempre são aquelas clássicas, como jogador de futebol, astronauta, professora, veterinária ou apenas rica. É eu queria ser veterinária, até que eu descobri que não ia dar muito certo e parei de pensar nisso. Acho que a partir daquele dia em que me desliguei da carreira veterinária parei de pensar em qualquer outra profissão e apenas almejava dinheiro, droga de sociedade capitalista em que nasci.
Só voltei a pensar com 14 anos, no auge da minha oitava série me preparando para os concursos de segundo grau, como escolas militares e técnicas, aliás, passei para uma escola técnica. Sim, me formarei como técnica em turismo este ano. Turismo, quando eu escolhi queria fazer biologia marinha e me tornar bióloga do IBAMA, nada muito a ver com turismo, mas minha escolha foi por ter a leve impressão que seria bem mais divertido do que mecânica ou eletrônica, e é, foi, está sendo.
E agora que estou com 17 anos, pré-término do segundo grau, pré-término do técnico, pré-dezoito anos, pré-faculdade?
Já escolhi direito, depois jornalismo, voltei para biologia, aí dei um pulo em publicidade, outro em desenho industrial, então voltei para o direito, jornalismo, direito, jornalismo e no momento nada.
Nada é uma ótima escolha.
Acho que permanecerei no nada, farei todas as provas do vestibular simplesmente sem propósito nenhum. Talvez no final de todas as carreiras tenha um quadradinho escrito “Outros”, dois pontos e uma linha a ser preenchida. Será o ideal, preencherei com: “Qualquer curso que minha nota se encaixe, fique à vontade.”.
Seria tão mais fácil se eu tivesse um talento para música, fosse uma exímia atriz, tivesse aprendido derivada com quatro anos ou ter nascido em uma família rica, milionária ou talvez bilionária, sem problemas. Com toda certeza não estaria nessa indecisão toda.
Deve ter mais 345.874.009 pessoas na faixa entre 16-24 anos que estão na mesma situação que eu, deveríamos nos unir, pra que eu não sei, mas deveríamos. Está bem, não deveríamos, seriam 345.874.010 (agora contando comigo) sem propósito algum, íamos piorar as coisas, deixa cada um em seu canto com suas indecisões.
Decidi.
Irei decidir na hora.
Quero ser rica, não sair do Rio de Janeiro, morar na Urca e respirar aquele ar todos os dias, andar de bicicleta, passear com o meu Labrador caramelo, ter um ateliê de arte, um estúdio, um namorado bonito... Enfim, esse é meu propósito!
Como chegar até ele eu não sei. Ainda.

Yzadora Monteiro

3 comentários:

Anônimo disse...

Como eu te disse hoje no curso Yza, é normal ficar em dúvida sobre o que fazer, mas eu não acho que "se entregar" seja a melhor opção. Tenta experimentar cara, eu só me decidi por design depois que botei na cabeça que ia fazer uma revista. Claro que depois que eu escolhi design eu percebi que tem trilhões de coisas que você pode fazer dentro de design, mas essa já é uma outra escolha que eu vou ter que fazer.

Sei lá, tenta pegar as profissões que você tá mais interessada e conversa com pessoas da área, se informa como é o dia-a-dia da profissão, etc. E também não se esqueça a faculdade que nós escolhemos nem sempre decide o que a gente vai fazer pro resto da vida. Claro que em algumas profissões mais técnicas ela é essencial, mais quantos designers não viraram cineastas, quantos médicos não viraram escritores, etc. A vida é bem mais que uma faculdade.

Unknown disse...

Direito ou jornalismo... seja lá qual for o curso q vc escolher não pare de escrever nunca, vc manda mt bem nisso... acho q vc vai ser uma grande escritora.
É como disse sua amiga aí em cima, "A vida é bem mais que uma faculdade", tá certíssima, sua carreira é uma parte da sua vida, não é a vida em si.
Quanto a morar na Urca, bicicleta, labrador... essas sim são decisões importantes.
Bj

PS: Virei fã do seu blog!

Lages disse...

Primeiro texto pesado!Hein, Yza?!
Como escritora tu vai longe!
Já eu... vo ficar com revistas de viagem pelo visto... heauheaueau