Contemplei o pôr-do-sol, sentada em um tijolo. Daqui, percebo que o infinito não está longe, é só virar a primeira direita. Não faz muito tempo desde a última vez que mudei. Esta é uma das coisas que ainda pretendendo entender. Detenho-me ao sopro, assim, vejo ir embora.
Tiro os pés do chão toda vez que me acho capaz de levitar. O tijolo me prende. Ainda. O esconderijo cintilante guarda abraços e desprezos. O único ainda fiel. Não dou a mínima para os três corridos ponteiros. Bolas de sabão superam-se sozinhas. As observe estourando.
A noite deita em cachos simétricos. Duas estrelas rebeldes ainda me mantêm imóvel no bosque movimentado. Ouço teorias complexas na brisa musicada em dó, cheia de dó. Fiz questão de acompanhar todas as notas em um agradável chá.
Trouxe rapidamente o frio até meus ombros descobertos e vulneráveis. Esperei o quente confortante, que, distraído, dormiu. Sonhos sussurravam apoiados em mim.
Amanheceu e o que ainda tenho para oferecer é um tijolo: meu passado.
Narrador Personagem, Infelizmente.
Há 12 anos
5 comentários:
Z - nao pretendo voltar, mas só pra comentar que continuo nao gostando dos seus textos, e continuo gostando de voce
O bom é que eu não escrevo para as pessoas gostarem. Por isso o nome do blog é "falando sozinha".
Chora-me-liga, Z.
Cara, está de parabéns, você consegue passar exatamente as sensações que escreve. Foi um nonsense bem orquestrado :)
Vou comentar, mas dessa vez não sobre o texto. Eu estou aqui especialmente para mandar nosso queridíssimo Anônimo (sim, porque Z não me diz nada por enquanto) tomar no olho do cuzinho dele, com um prego na ponta e manteiga. Se doer, me chama que eu te indico um lugar que pode resolver teu problema: A puta que te paril.
Z - é "pariu". and call me Z.
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