segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Notas em um papel de pão


LEMBRETE: preciso parar de cultivar coisas ruins! Deixar de lado esse negócio de navegar pelo Facebook só para ver se ela engordou, errou a mão no corte de cabelo ou, até mesmo, se tem menos curtidas do que eu no comentário sobre o fatídico cotidiano. Isso é insegurança, diria meu terapeuta, se eu tivesse um. "Yzadora, você precisa trabalhar mais a confiança em si". Gente, nem minha mãe confia em mim. Posso parecer inofensiva, mas continuo cultivando coisas ruins.

O que me conforta é que todo mundo já fez algo condenável. Aposto que 9 em cada 10 pessoas já colocaram mais comida do que aguentavam no prato e depois tiveram que jogar fora. O décimo entra na estatística dos que morrem de fome. E, digo mais, com certeza, 86,7% da população já teve uma pegação forte com alguém e se arrependeu depois. Normal, todo mundo já fez algo condenável.

O engraçado (no sentindo negativo da palavra) é que continuo me sentando de frente pro mundo para praguejar quase tudo. Sentencio mil e uma penas para os que julgo como errados. Desculpa, universo, devo parar de fazer isso também. Estou vendo a hora em que todos os astros se voltarão contra mim. Será o fim dos tempos, pelo menos do meu.

Não posso esquecer, então, de: parar de mentir e de prometer coisas que não mudarão em nada o curso natural das catástrofes. O mais sensato seria parar de comer fritura, me inscrever na natação, assumir que não gosto tanto assim da Clarice Lispector e nunca mais ficar com homens compromissados.